Na mais recente edição do Podcast Pecuária Forte, nossa equipe viajou até a região de Araxá (MG) para conhecer de perto a gestão integrada do Grupo Congonhas, conduzida por Gustavo Aguiar, representante da terceira geração de produtores da família. O bate-papo com o empresário revelou um caso de sucesso que vai além da pecuária: envolve também café, batata, grãos e, principalmente, visão de futuro.

A propriedade, que emprega diretamente cerca de 90 colaboradores, é exemplo de diversificação bem planejada, com foco em sustentabilidade, economia circular e valorização das pessoas.

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Disponibilizamos um vídeo com o podcast completo abaixo.

Uma fazenda, vários negócios

Fundada há 57 anos, a Fazenda Congonhas funciona hoje como um sistema de centros de negócio. “Cada área tem que dar lucro. A agricultura compra o esterco da pecuária. A pecuária compra os grãos da agricultura. Tudo com preço de mercado”, explica Gustavo.

Esse modelo de gestão permite uma análise precisa de rentabilidade por setor, o que, segundo ele, é essencial em um contexto de valorização das terras e exigência crescente por produtividade e sustentabilidade.

Pecuária de leite: alta produtividade e espaço otimizado

Um dos destaques é a pecuária leiteira. Em apenas 10 hectares, o grupo mantém cerca de 390 animais e produz em torno de 13 mil litros de leite por dia, com média de 34 a 35 kg/vaca/dia. Essa eficiência é resultado de um trabalho cuidadoso com genética (por meio de FIV), nutrição e manejo moderno. O leite, aliás, tornou-se um dos principais negócios da fazenda, gerando receita direta e também insumos orgânicos valiosos para outras culturas da propriedade, como o café.

Sustentabilidade real e aplicada

Outro ponto que chama atenção é a economia circular aplicada no campo. Todos os resíduos — como esterco, chorume, palha de café e restos de grãos — são reaproveitados na produção de composto orgânico. Com isso, há sete anos o Grupo Congonhas deixou de usar adubo mineral nos cafezais, exceto pelo uso pontual de ureia.

Além disso, a fazenda conta com sistemas de captação de água da chuva, piscinões para reuso e energia solar fotovoltaica, ampliando sua autossuficiência e compromisso ambiental.

A tecnologia como aliada da sustentabilidade

A parceria com a CMR Saúde Animal, marca do Grupo Real, também tem papel importante nesse resultado. Gustavo destaca a eficácia dos produtos no controle de desafios como o carrapato e mastite. “Tem uns seis ou sete anos que não usamos mais pour-on. Os produtos da CMR eliminaram o carrapato aqui. Isso é uma mudança de mentalidade”, afirma.

O consumidor é o foco

Para Gustavo, a fazenda não é a única que mudou — o mercado também mudou. “Hoje o consumidor quer saber de onde vem o leite, o café. Sustentabilidade não é um diferencial, é obrigação”, defende.

A história do Grupo Congonhas mostra como tradição, inovação e responsabilidade podem andar juntas no campo. É o tipo de exemplo que inspira e fortalece a missão do Grupo Real de transformar a produção agropecuária com saúde, eficiência e respeito ao futuro.