Criado em 2007, o Programa Ciclos se tornou um dos seis cases brasileiros escolhidos para a COP 30, conferência global sobre mudanças climáticas realizada em novembro, em Belém (PA). Além disso, a plataforma internacional Sustainable Business COP30 selecionou a iniciativa entre 149 projetos avaliados. O grupo temático Circular Economy & Materials Working Group reúne experiências de economia circular e inovação industrial na América do Sul.

O projeto sul-mato-grossense representou o Brasil na categoria “Economia Circular e Materiais Sustentáveis”e, como resultado, destacou-se pelo impacto ambiental e pela integração social. O tema também integrou a Convenção Integra CMR 2025, promovida na sede do Grupo Real, em Campo Grande (MS), em outubro.

Resultados práticos da iniciativa

O Programa Ciclos garantiu ao Grupo Real o selo de primeira agroindústria do estado certificada pelo Programa ESG-FIEMS. A certificação ocorreu após o cumprimento de 69 indicadores de boas práticas ambientais, sociais e de governança. Além disso, a iniciativa ampliou a coleta e a destinação correta de resíduos, envolvendo colaboradores, comunidades e fornecedores. Desde sua implantação, a empresa enviou mais de 1,4 milhão de quilos de resíduos para reciclagem. Ainda assim, ações internas de reaproveitamento evitaram a emissão de 1.355 toneladas de CO₂.

O programa também gera receita com materiais recicláveis, diminui custos operacionais e reinveste recursos em iniciativas sociais. Dessa forma, fortalece o clima organizacional e agrega valor à marca. O relatório internacional destacou esses fatores como diferenciais competitivos.

O Grupo Real converteu toda a sua matriz energética para sistemas fotovoltaicos. Além disso, implantou projetos de captação, tratamento e reaproveitamento de água da chuva em suas duas plantas industriais. No eixo social, o Ciclos promove valorização humana, integração e apoio às comunidades locais. Comitês independentes e o Bureau Veritas (BVQI), instituição acreditada pelo Inmetro, auditam políticas de equidade, combate ao assédio e proteção de dados.

Reconhecimento internacional

Para o diretor técnico industrial do Grupo Real, Mário Renck Real, o reconhecimento na COP 30 demonstra a maturidade da agroindústria brasileira. Ele afirma que seguir diretrizes ESG é essencial para manter competitividade e atender mercados cada vez mais exigentes. Além disso, considera indispensável adotar práticas que reduzam impactos ambientais, promovam bem-estar animal e garantam rastreabilidade. Assim, essas ações ajudam a consolidar a pecuária nacional como referência em sustentabilidade.

Outras duas empresas — PortoPlast e Organoeste — também integraram o grupo de cases brasileiros da COP 30. Juntas, formam o SB COP Case Booklet, publicação oficial que reúne os principais exemplos de sustentabilidade industrial do país.

Portanto, com essa certificação, Mato Grosso do Sul assume posição de liderança na sustentabilidade industrial. Além disso, o estado estimula novas adesões ao Programa ESG-FIEMS e fortalece sua imagem como referência em economia verde.